terça-feira, 4 de março de 2014

Agarrada à tua cintura





Há dois dias à tua cintura agarrada
Quase não levanto a cabeça
Tão voraz é a tua inexorável cavalgada

Segues para uma mera praia dispersa
Cortando o vento com olhar de lince
E eu fico suspensa fitando terra submersa

Para onde me levas, mastro desfeito?
O que vês lá, tão longe, que parece dentro de ti,
E te atrai arrancando-te o peito?

Sou a tua vela, garça das aventuras
Esquecida dos encantos dos dias
Sem nada na noite às escuras

Queria rodopiar nos envolver em ninho
Mas falta-me a forte coragem do tigre
E tu vais por diferente e distante caminho

Larguemos nossas mãos então
Pois não conseguimos os dois criar
Nem corpo nem alma em real união