“Amar não é aceitar
tudo. Aliás: onde tudo é aceite, desconfio que há falta de amor.” Vladimir
Maiakóvski
Fonte: pensador
“Aceitar-nos a nós mesmos, e
à nossa história, é caminho para também aceitarmos os outros, com a sua
história. Já S. Tomás de Aquino escrevia que não podemos entrar em relação de
amizade com os outros, se não estivermos em relação de amizade connosco mesmos.
Se estamos descontentes e em conflito connosco mesmos, tristes e desanimados,
também o estaremos com os outros. Cada um dá o que tem. Damos amor, paz e
alegria, se tivermos amor, paz e alegria. Damos amargura e conflito, se
estivermos na amargura e em conflito.
A alegria de ser amados é o fundamento da
nossa dignidade de pessoas humanas, de filhos de Deus, é fonte da aceitação e
da confiança em nós mesmos. É a libertação de toda a tristeza e medo. Faz-nos
aceitar os outros com uma justa confiança neles.”
Aceitar o outro é recebê-lo
afetivamente. Este acolhimento requer a capacidade prévia de me aceitar, o que
é tarefa árdua, para mim, eu, que desenvolvo este esforço interior constante
para largar o perfecionismo e aprender a lidar com os meus erros.
É como se a liberdade, que Deus me dá para crescer no amor, fosse um problema, pois nem sempre são claros os caminhos a percorrer. Chego a pensar que tudo seria melhor, se Deus nos criasse de tal forma perfeitos que nunca pecaríamos, sendo assim dispensável essa liberdade. Mas, como Rousseau diz, o homem nasce naturalmente bom; é a sociedade que o corrompe.
É como se a liberdade, que Deus me dá para crescer no amor, fosse um problema, pois nem sempre são claros os caminhos a percorrer. Chego a pensar que tudo seria melhor, se Deus nos criasse de tal forma perfeitos que nunca pecaríamos, sendo assim dispensável essa liberdade. Mas, como Rousseau diz, o homem nasce naturalmente bom; é a sociedade que o corrompe.
Efetivamente, nascemos com a
possibilidade da livre escolha entre o bem e o mal, mas temos de aceitar que
possamos (demasiadas e repetidas vezes) optar pelo segundo, sendo difícil
evitar julgamentos pessoais ou dos outros. No entanto, por mais abrangente que
seja o nosso conhecimento, não temos a capacidade de considerar todos os
fatores que envolvem cada ser e a sua ação. Talvez seja por isso que a nós, nos
seja dada a missão de saber aceitar o processo de cada um, não para desculpar
as fraquezas (aceitar seria então aprovar), mas para reconhecer humildemente a
força do amor de Cristo na luta por um mundo com mais amor, mais justiça.
Surgem-me como estranhas as
palavras de Cristo acerca da justiça, pois parece fascinar-se mais com o
arrependimento dos pecadores do que com os que procuram trilhar diariamente os
caminhos do bem (Cf. Parábola do Filho Pródigo). Mas não deixo de reconhecer
que, mais do que evidenciar o que já é constante, Jesus provavelmente quererá manifestar
uma imensa alegria pelo encontro com o homem/mulher renascido, graças ao Seu
ágape.
Acontece que, apesar de
racionalmente ter consciência de que os atos da pessoa não são a pessoa, nas situações
em concreto, torna-se complicado discernir o correto na relação com o diferente.
Acabo por ansiar por um percurso mais fácil, que é o de me tornar amiga apenas
dos mais semelhantes e desejar ainda que progressivamente o sejam cada vez
mais. Aliás, não serão casuais as intervenções terapêuticas para problemas de
autismo, nas quais se imita o comportamento do doente.
Mas, há uma energia mais
forte nesta emoção de aceitar o outro com toda a sua identidade e não como
gostaríamos que ele fosse. Há um tesouro escondido em cada orientação
espiritual, em cada pensamento, cada sentimento, que nos enriquecem
profundamente se os soubermos aceitar, pois deixamos de estar centrados em nós
próprios para nos abrirmos ao maravilhoso dos outros.
“Quem não
sabe aceitar as pequenas falhas das mulheres [e dos homens] não
aproveitará suas grandes virtudes.” Khalil Gibran
Fonte: pensador
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