Teu corpo pesa, pende no começo do dia
Levanta-se e fica atónito ante a minha presença
E cai abrupto sob o meu voo em lua
Ergues-te, buscas-me, rodopiamos
O toque das mãos incendeia-nos as veias
E alenta-nos, entusiasma-nos até nos perdermos
Mas eu não caibo dentro de ti, meu amor
Explode em mim um pássaro azul
E queima a minha água a tua sede
Tu sucumbes no obscuro caos da terra
De onde nasce o meu anjo iluminado
Desfeito em penas para renascer mulher
Eu tenho o poder universal de Eros
Aproximo, uno e multiplico as espécies, os fluídos
E tu comigo ficas outro, pesado e só
Guardemos em paz este etéro encontro
Onde os nossos sublimes sonhos bailaram
E confiantes saibamos ainda germiná-lo além
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