A dor do desamor é um vampiro,
que nos extrai paulatinamente a alegria e a confiança até à última gota, transformando-nos
em mortos-vivos.
Mas a vida é um milagre,
feito de poeira de estrelas, é uma força maior e ainda mais arrebatadora, se
nos deixarmos envolver pela sua beleza, pela graça, pelo fascínio de
simplesmente ser.
Ficar
amargurada, olhando para quadros negros, pintados com o desencontro, as falhas
de comunicação, as ausências, que me perfuraram e retiraram o sangue, seria
deixar-me dominar pela tormenta.
Prefiro,
antes, guardar no meu coração o ter conseguido voar, maravilhosamente, sobre o
mar da esperança, tendo, no entanto, consciência de que já aterrei e de não querer
repetir esse voo.
O
fascínio, o deslumbramento que se liberta na relação amorosa eleva-nos ao
infinito, enlaça o tempo e o espaço, fazendo transbordar uma vida nova.
Torna-se
difícil, quase incompreensível conceber que, depois de tanto encanto, de tanto
sentimento, seja possível levantar para novo voo, de tão poderosas terem sidos
as vivências. Mas basta ouvir o silêncio, a luz das estrelas, a voz da terra
molhada para descobrir que ainda muito há para sentir, ainda muito há para amar,
ainda muito há para partilhar.
E porque se geraram em mim, para além das dores, palavras-olhares tão vivos,
deixo aqui inscritas como tesouros algumas, não para divulgar o que é íntimo, mas porque esta é a minha única maneira de amar, toda, por inteiro, sem reservas...
E se eu de novo alguma repetir, não
há problema nenhum, porque do mesmo modo que uma mãe diz “amo-te” a todos os
seus filhos por muito diferentes que eles sejam, também eu amarei de novo numa
entrega confiante. É que acontecem maravilhas quando amamos e somos amados.
“As
nossas mãos dançam desejos de luz e vida.”
“Sente
em cada gota de chuva beijos meus.”
“Um
beijo com sabor a saudades, um abraço pintado de desejos…”
“Sabe
a brincadeira ficar a pensar em coisas deliciosas para te dizer.”
“És
um poema feito de espuma, perfumado de flor de laranjeira, que liberta calor,
alegria e maravilha o meu ser.”
“Quero
a serenidade de te aguardar ao entardecer para nos partilharmos.”
“Qualquer
lamento meu é insignificante perante a certeza inexplicável de tanto te querer.”