Plantei uma bela laranjeira,
naquele canto do lado esquerdo da entrada do ginásio do Centro Escolar. Foi na
primeira aula de criatividade da Biodanza.
Estava eu entretida a saborear a música, quando, quase sem dar por ela, os meus dedos começaram a mexer como se tocasse piano num tronco. Percebi logo que era o de uma nova laranjeira, porque já tinha plantado umas na praia e, ainda há poucos dias, me vira a comer umas cerejas debaixo de uma.
A sua copa surgiu como uma bola nas minhas mãos e foi crescendo, tanto, tanto, que eu já quase não conseguia segurá-la. Foi por isso que a plantei ali mesmo ao lado. Estava carregadinha de laranjas, perfumada de verde e branco.
Não sei como, consegui chegar ao seu cume. Descobri
nele umas fitas de seda, que davam para puxar. Davam mesmo para puxar à
vontade, de tal forma, que peguei numa e fui até ao outro lado do ginásio, onde
tinha plantado o jardim. Precisava de saber como é que as flores estavam, se
tinham crescido bem e se haveria por lá ervas daninhas.
Que maravilha - as flores radiantes eram já mais altas do que eu e ondulavam alegres pelo nosso reencontro. Maravilhadas, coloriram-me de cheiros e felicidade, no meu voo-passeio deslumbrante.
Voltei de novo à laranjeira e entrei no seu tronco, rodopiei e soltei um grito de júbilo.
Depois, apanhei uma laranja e dei-a à Cibele. Foi uma surpresa prazerosa, esta partilha de gomos doces e frescos de um fruto nascido da dança criativa.
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