A espera
Dou-te tempo, tanto tempo
P’ra me seduzires com olhares
P’ra me beijares todo o momento
Dou-te tempo p’ra
me agarrares
Mas fico à espera, afogada
E o tempo devassa a minh’alma
Que voa só e inconformada
Pois não basta esta vida calma
E fico à margem de mim própria
Não te maravilho em sorrisos
Não bebo teu calor em volúpia
Nem me dou em lençóis lisos
Perco o tempo, perco-me a mim
Em sofrimento, em desalento
Escondida em dores sem fim
Que martirizam o pensamento
Reza para que eu nunca pare
Pois no silêncio absoluto
Farei uma dança tão ímpar
Que renascerei desse luto
Dou-te mais uns breves segundos
Não mais do que um instante
P’ra me envolveres
em novos mundos
E contigo ser doce amante
Não te esqueças que há muita murta
Com ela o vento rodopia
Está escondida na noite curta
Mas ilumina o nosso dia
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