Voltar a dar aulas

Agradecer significa reconhecer o valor de algo que recebi. E ainda que eu não tenha sido parte alheia nesta assunção do que sou e quero, é para mim essencial notar a importância que Deus e a Biodanza tiveram na decisão do regresso à lecionação.

Após vários anos de agonia, dor, solidão em que progressivamente me vi mais fraca, perdida, indecisa e ansiosa, iniciei a dança da vida, a qual, para meu grande espanto e alegria, me fez renascer.

Não posso dizer que agora esteja tudo bem como se de um milagre se tratasse, pois ainda persistem inúmeras doenças. Aliás, sinto que a decisão de voltar à escola ainda paira como a gaivota do ocaso, aguardando a nudez da praia. São mais desejos que certezas, votos de uma nova forma de olhar, de sentir.

Estranho, sobretudo, a minha serenidade, esta ausência de aflição em ter tudo muito pré-determinado, pré-estabelecido, planificado. É uma calma que me enche a alma, veio das vivências das músicas dançadas, que arrastaram as preocupações, as ansiedades, a “bebedeira” matinal e até algumas dores para o passado e me deram impulso, força para começar a acreditar, a confiar.

Aproximou-me inexplicavelmente de Deus esta dança, pela descoberta dos anjos pelo encontro comigo, com os outros e com o infinito. Fez-me aceitar o mistério da Sua presença e do Seu amor, que eu espero conseguir partilhar orientando e ampliando o conhecimento das crianças acerca do mundo, de si próprias e dos outros também.

Obrigada aos colegas e facilitadora da Biodanza, sem os quais dificilmente iniciaria este processo de mudança pessoal e profissional.

Obrigada, a Ti, meu Deus, por estares comigo, me amares e me ajudares a amar.